domingo, 29 de junho de 2014

Auto-estima e saúde mental

"De hoje em diante, você e eu somos amigos", p. 17 in "A Comédia Humana", William Saroyan
 
 
Passei dois livros à frente de "A Comédia Humana", mas não foi a primeira vez que fiz isto. No entanto é a primeira vez que estou realmente lendo este livro e encantada com os personagens, com a vida simples e a sinceridade que expressam seus sentimentos.
 
A frase que destaco,  não dizemos e não escutamos mais. É preciso vontade e responsabilidade para assumir tamanho compromisso.
 
Amigo hoje, é de cliques, para volume, para inchar nossa popularidade. Esvaziou o sentido trazido pelo comovente diálogo do velho do telégrafo e o menino, novo mensageiro.
 
O jeito é comprometer-se consigo mesmo, para salvar-se e diante do espelho reafirmar o desejo de amizade eterna. Não tem preço a felicidade que disto resulta. E procurar ser amigo e construir um mundo mais fraterno e imperfeito. Sim, imperfeito e ao mesmo tempo divertido. Quando nos vemos perfeitos pensamos que não precisamos de nada, nem de ninguém.
 
P.S.: Muito bom o livro "A Dieta da Mente", do Dr.  David Perlmutter, que deverei reler muitas vezes como fiz com o livro do Dr. Dukan, que me auxiliou a recuperar o peso saudável. A Dieta da Mente vai além, mas não deixa de estar associada aos ensinamentos que aprendi. E o livro traz ao final receitas maravilhosas e fáceis de preparar!


sexta-feira, 27 de junho de 2014

O Canto de Aquiles





Recebi este livro esta semana, em áudio, e ouvi em todos os momentos possíveis até durante os banhos.
 
Esta é a vantagem de um aparelho mp3 à prova d'água.
 
Em português (Brasil) o livro recebeu o nome de "Canção de Aquiles".
 
Adorei saber mais por Aquiles através deste livro premiado e conhecer a história de Pirro, que não sabia que era filho de Aquiles.
 
 

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Sê turista por um dia

Sediar a copa do mundo tem vantagens que não passam pelo aspecto econômico, mas por um aspecto que dinheiro não compra.
 
Enquanto escrevo, um  pseudo engraxate, que tem posto fixo nas ruas ao redor, repete sem descanso o pedido de dinheiro para almoçar, carregando a velha caixa de graxas que nem usa. Faz os seus pedidos por várias ruas, desde café da manhã até almoço (nunca ouvi ele pedindo janta). Na verdade, descobri agora, por ocasião da copa do mundo, que ele pede a mesma coisa em ruas vizinhas.
 
O Olhar do turista aguça nosso olhar para a cidade, para as pessoas ao redor de nós.
 
O turista que caminha pelas ruas procurando pontos para  admirar, procurando qualquer coisa que atraia a sua atenção, faz lembrar de mim mesma como turista, vasculhando, observando, imitando, aprendendo a sobreviver em um espaço desconhecido.
 
Não somos os mesmos quando "estamos turistas".
 
Sou favorável a viagens de horas, de um dia, de períodos maiores, mas já me dei conta que quando volto repetidas vezes para o mesmo lugar, meu olhar não é mais inocente como o do turista.
 
Turista precisa de superação, fôlego, boa vontade e homor renovados para resolver as dificuldades. A criatividade fica em alta. Ele se transforma, cresce ou encolhe, dependendo da necessidade. Entrega-se a aventuras que não se permitiria na própria cidade e acha que tudo ou quase tudo é legal ou válido, porque sabe que pode arrumar a mala e partir em prazo determinado.
 





quarta-feira, 25 de junho de 2014

Olhos nos olhos....


"Nos cansamos de alguém quando cansamos do seu olhar, quando percebemos que ele nos pede alguma coisa que já não podemos realizar." (Emili Rosales, in A Cidade Invisível, p. 194)


Muito bom este livro. Devorei suas páginas e gostei muito dos fatos históricos trazidos pelo manuscrito, a respeito da construção de cidades e obras de arte. Como é tradução, em alguns momentos tive dúvidas, mas pelo contexto pude deduzir e solucioná-las.

A alternância de fatos  no passado e no presente, exige atenção e há muitos fatos, personagens e datas o que faz que muitos não gostem do livro.

Mas é bom. Recebi em troca de livros há mais de 3 anos e só agora li e já vai para nova troca.

Trocar livros disciplinou minhas leituras. Como recentemente organizei mais meus livros, estou priorizando a leitura de trocas mais antigas. E as surpresas não cessam.
Leio um por vez e ainda que não esteja interessante no início, prossigo e tenho me surpreendido positivamente. Não vou omitir que sempre tem um audiobook, outras leituras que se atravessam, mas não perco a meta de um livro por vez, do início ao fim.

Trocar livros é como estar em uma grande família com gostos literários diversos e um eterno aprendizado. E com tantos gostos e livros, é preciso disciplina e muita vontade de ler.

Leitura é hábito. Começa-se devagar, sem jeito até para segurar o livro, mas tem que insistir como para a implantação de qualquer hábito novo na nossa vida. Depois que o hábito "cola" só temos a ganhar.

Em nossos dias não temos mais desculpa para não ler. Os livros estão mais baratos  ou gratuitos, seja o livro físico como o digital. Na internet temos as listas de trocas e os livros digitais em várias línguas, pelo book crossing, email, etc.
Também não estuda, não melhora os conhecimentos quem não quer.
A internet disponibiliza cursos do nível básicos ao avançado em quase todas as áreas do conhecimento e desenvolvimento humano, além de excelentes artigos técnicos, muitos totalmente gratuito.

Acesso à internet? Existem muitos pontos onde se pode acessar gratuitamente.


Ainda assim, o povo se desculpa que não tem tempo...

Qual o problema? Acredito que sejam as redes sociais, os tititis que afastam as pessoas do próprio foco, da realização dos próprios sonhos e desejos, já que ficam mais preocupadas em tentar ser o que não são e assim enganando uns aos outros com modinhas e músicas de gosto duvidosos.

Emili Rosales segue viagem esta semana para outras mãos. Espero seja bem recebido e compreendido. Caso contrário, será um bom passatempo com conteúdo histórico.







terça-feira, 17 de junho de 2014

Finalmente!



Que leitura agradável este "Marina", o segundo livro que leio deste autor. O primeiro "A Sombra do Vento" li logo que foi lançado no Brasil e este ganhei e estava adiando a leitura há mais de dois anos.
 
Somente li porque prometi em troca. E que bom que prometi! Gosto deste escritor, mas lendo Marina, lembrei que para mim os livros dele ficam muito bons da metade para o fim.
Quando cheguei na página 100 não consegui largar até o final. Acredito que este preconceito estava me segurando.

"O circo foi a minha escola e o lar onde cresci. Mas nessa época, já sabíamos que ele estava condenado. A realidade do mundo começava a ser mais grotesca que as pantominas dos palhaços e as danças dos ursos. Em breve ninguém precisaria mais de nós. O século XX tinha se transformado no grande circo da história."(in Marina, p. 141)
 
Tenho outro livro dele (O Jogo do Anjo) e quem sabe leio ainda este ano.
 
 
Próxima leitura: A Cidade Invisível. Decidi continuar lendo romance ambientado na Espanha.
Olé!

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Irresistível!

Quero registrar logo para não perder a emoção.
Este livro dormia nas estantes desde 2002. Dei de presente para uma pessoa querida e ela leu e deixou entre meus livros na esperança que um dia eu lesse. Não acreditava que leria, mas a arrumação dos livros, a doação de muitos livros inúteis (para mim), deu maior visibilidade para os não-lidos e eis que resolvi ler este.
 
Que surpresa boa. Li em poucos dias e acordei durante a noite pensando nele e sempre que podia retomava. A história está impregnada ainda em mim como o cheiro do óleo de linhaça em Griet.
 
É o segundo livro que leio desta autora este ano. O primeiro não gostei e achei que esta leitura seria ruim, apesar do enredo. Que bom que comecei.
 
Inesquecível. Maravilhoso. Emocionante.
Adorei conhecer cada um dos personagens e um pouco mais deste pinto holandês!
 
Próxima leitura: Marina, de Zafón, outra leitura que vinha sendo adiada há mais de 3 anos, creio, e que agora chegou a vez, porque prometi em troca de outro livro que quero ler ainda este ano.
Até hoje deste escritor só li "A Sombra do Vento". Gostei, mas já dei de presente faz tempo.
 
A frase na capa de "Marina" une os dois livros (atual e anterior) à leitora que ora escreve aqui - mais uma vez demonstrando que nada é por acaso:
 
"Todos temos um segredo trancado a sete chaves no sótão da alma. Este é o meu"

segunda-feira, 9 de junho de 2014

O cérebro e os dois hemisférios

Sempre ficava à margem de discussões acerca das funções deste ou daquele hemisfério cerebral. Como o assunto me fascina, minha ignorância sobre ele me impedia. Quando dava uma opinião logo me arrependia e ia checar se não tinha dito uma besteira. Não lembro porquê optei pelo livro de Jill Taylor (A Cientista que curou seu próprio cérebro), mas troquei e recebi o livro há mais de dois anos. Quando chegou fiquei decepcionada porque a usuária que me enviou não alertou que estava com frases sublinhadas em vibrante marca texto laranja. Meu cérebro se negava à leitura. Deixei de lado e até considerei nunca ler o livro e passa-lo adiante. Somente não fiz antes por causa dos famigerados sublinhados.
Depois de ler "A Caixa Preta" de Amos Oz, minhas mãos foram automáticas na busca por este livro e eu não protestei e  li, ou melhor, devorei suas páginas e cada vez que precisava parar de ler, me perguntava como tinha sido capaz de não lê-lo antes?
 
As frases sublinhadas em nada atrapalharam e adorei o livro.
A própria autora sugere que depois da leitura passemos adiante o livro para que outras pessoas conheçam o tema, seja para si próprias, seja para auxiliar outras pessoas doentes ou não. Vou passar, mas primeiro quero repassar na minha mente tudo que aprendi e se falhar algo, vou pesquisar.
 
Em conversas no fim de semana fiquei observando com facilidade como funciona minha mente, ora usando apenas o hemisfério direito, ora apenas o hemisfério esquerdo, ora os dois, ora apenas tentando achar uma conexão da rede, parcial ou total. E é fácil ver como funcionam os cérebros das pessoas que interagem com a gente.

Acredito que com este conhecimento se pode melhorar discursos. O tempo e a prática dirá.
 
Jill Taylor escreve bem e o livro é uma aula, permitindo que se potencialize o uso do cérebro e também a usá-lo com moderação. Super recomendo!
 
"a paz está só a um pensamento de distância, e tudo que precisamos fazer para alcançá-la é silenciar a voz do lado esquerdo da mente, que é dominante" p. 107
 
 

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Para lembrar...

"...o castigo dos céticos é sempre duvidar, e duvidar até mesmo das dúvidas que eles próprios impõem. E o castigo dos desconfiados é suspeitar de tudo, dia e noite. Suspeitar até de si mesmos e das próprias suspeitas" (Amós Oz in "De repente, nas profundezas do bosque", pp. 119-120)


quarta-feira, 4 de junho de 2014

Alimentando o lado esquerdo do cérebro

Ontem terminei a leitura do livro "A Caixa Preta" de Amós OZ e confesso que fiquei emocionada, muito mais do que com o anterior. Ainda não tinha lido nenhum livro deste autor e foi uma experiência tão gratificante que li os dois que tinha de trocas, na sequência, e se for possível, lerei outros, quando disponíveis.
 
Amós OZ escreve e toca no que é mais profundo do ser humano. É um cirurgião que extrai a escondida alma e nos faz avaliar nossa ordem, nossos projetos e propósitos.
 
Não via a hora de terminar o livro, ao mesmo tempo queria retê-lo e ir mais devagar para não perder uma frase, uma vírgula, um suspiro que fosse.
 
Como a vida continua, ontem mesmo escolhi o próximo livro e foi um dos dois que trouxe da praia, o livro de Jill B. Taylor, sobre como curou o próprio cérebro.
 
Troquei este livro há mais de dois anos. Veio com frases destacadas por marca-texto e isto me incomodou. Levei para a praia, tentei uma ou duas vezes começar a leitura e abandonava o livro. Ontem comecei e vi que agora estou pronta para lê-lo. Quem sabe Amós OZ abriu o portal de acesso?
 
Jill escreve bem. É um livro para devorar, bem escrito e com uma rara experiência.
 
Que engraçado... o marca-texto nem incomoda mais...

segunda-feira, 2 de junho de 2014

"Desce do carro, vem cá ver o arco-íris!"

Precisava ir à praia depois da chuvarada e vento. Sem parceria, fui sozinha. Domingo, nem feio, nem lindo, estrada tranquila.
 
Em Osório, Rodeio e o sol brilhando.
Na praia, uma festa de motoqueiros.
 
Olhei meu apê, tudo em ordem depois da reforma, sequinho como deve ser.
 
Fechei a porta e fui me banhar de sol nas areias da praia. Era quente o sol e a natureza se amansava lentamente da borrasca, como eu tenho aprendido a sobreviver das que passam por mim.
 
Resolvi voltar no mesmo dia e parei para abastecer no mesmo posto de sempre, quando estou acompanhada. O frentista me observava curioso, imaginando o que uma mulher como eu fazia sozinha na estrada naquele fim de tarde, ou talvez pensando onde estaria o acompanhante ausente. Lá fora um vento gelado e eu de camiseta sem manga dentro do carro, ainda aquecida pelo sol da estrada.
O frentista puxou todo tipo de conversa, começando pelo frio e que eu precisava me aquecer porque abria o vidro para falar com ele, e ao final falou do arco-íris que eu ainda não tinha visto.
Saí do carro a seu pedido, e ele com olhar de macho olhou meu corpo de cima abaixo enquanto eu me deliciava, sem constrangimento, com o maior arco-íris que já vi na minha vida.
Enorme, como a curiosidade daquele homem sobre mim.
Admito que olhar de macho não causa desconforto quanto as medidas estão no lugar e isto devo a dieta Dukan!
 
Ficaria mais, olhando o arco-íris, não fosse um posto de gasolina, não fosse o movimento do final de rodeio, não estivesse só, não fosse o curioso frentista. Mas sem nada disso, não posso esquecer, não veria arco-íris algum na minha memória recente.
 
Lição inesquecível.