quarta-feira, 28 de maio de 2014

"Quando o discípulo está pronto, o mestre aparece"



Assim como todos os dias cumprimos rituais básicos de rotina e higiene, é importante atentar que nada acontece por acaso e que devemos estar prontos para as lições que a vida nos traz e aos mestres que coloca em nossas vidas.
  
Acabei de ficar boquiaberta com uma situação, depois me dei conta que não é acaso e que devo estar pronta para aprender algo importante para o resto da minha vida.
 
Registro para reler no futuro.
Semana passada recebi um livro que optei pela troca mais porque estava cheia de créditos. Li algumas opiniões acerca dele, e como não era propriamente mais um livro de autoajuda, pedi e ele veio, novinho.
 
Hoje recebi um e-mail de um site americano que subscrevo (e que raramente leio por falta de tempo), que falava sobre passividade e raiva e fazia uma análise das questões com tópicos do livro de  Harriet Lerner (The dance of anger). Gostei muito do texto do blog e dos excertos do livro. Fui atrás ler mais e surge a conexão entre Brené (do livro que recebi) e Harriet (que agora quero conhecer mais e ler), considerando que esta última comenta o livro que troquei. Eis o comentário:
 
 
“O que me impressiona neste livro é a sua combinação ímpar de pesquisa consistente com bate-papo na mesa da cozinha. Brené se torna uma pessoa tão real em seu livro que é possível ouvir a sua voz perguntando: “Você já ousou bastante hoje?” O convite contido neste livro é bem claro: temos que ser maiores do que a ansiedade, do que o medo e do que a vergonha de falar, agir e se mostrar. O mundo precisa deste livro e a mistura singular que Brené consegue de calor humano, humor e liberação faz dela a pessoa certa para nos ajudar a ousar.”

— Harriet Lerner, ph.D., autora de Mudando os padrões dos relacionamentos íntimos



Para viver bem é preciso se deletar, desprogramar o automatismo estabelecido de reações e ações repetidas sem maiores reflexões, sair dos modelos que nos impomos ou que nos são impostos, e dar o real nome ao que sentimos, aprendendo a lidar com o conforto ou desconforto dos sentimentos.




terça-feira, 27 de maio de 2014

Entre a suspeita e o ceticismo....

Desde o fim de semana, o frio tem sido implacável e nada melhor do que esta foto para lembrar o mini-trecking no Perito Moreno, Patagônia Argentina.

Não gosto de frio, mas lindos dias me fascinam e hoje está um lindo dia.

Terminei ontem de ler Amós Oz e fascinada pelo jeito como escreve adotei prosseguir lendo este autor. Agora "A Caixa Preta".

Para minha alegria chegaram mais três livros de trocas hoje, entre eles, dois que os correios já tinham dito que não localizavam para entregar e eu já tinha perdido a esperança de recebê-los.

Como nos faz lembrar Amós Oz "o castigo dos céticos é sempre duvidar, e duvidar até mesmo das dúvidas que eles próprios impõem. E o castigo dos desconfiados é suspeitar de tudo, dia e noite. Suspeitar até de si mesmos e das próprias suspeitas" (in "De repente, na profundeza do bosque", pp. 119-120)

Sem dúvidas ou ceticismos.... ai que frio!







segunda-feira, 26 de maio de 2014

Cada um na própria órbita


Uma vez por ano faço uma visita familiar.
Experimento hábitos e rotinas que fogem do que considero razoável. São parentes soterrados em objetos desnecessários, desorganizados e apegados a hábitos e rotinas que considero prejudiciais à saúde (física, emocional e financeira).
Por muito tempo, por completa inadaptação e inconformidade com a situação, evitei o contato.

Mas o tempo é um professor e aprendi com ele que não estou aqui para reformar ninguém, a não ser a mim mesma, sempre que necessário.

Cada um tem a sua própria órbita, seu próprio reino e reinado (ou subserviência) e se por acaso nos chocarmos ou houver um pequeno contato, a própria natureza cuida, através das forças de atração e repulsão a devolver cada um para seu espaço.

Ficou mais leve essa visita.
A raiva, a inconformidade que EU sentia pelo que EU via, conformou-se em entender que são felizes do jeito que são  (ao menos se esforçam para a foto) e que não cabe a mim querer implantar organizações e métodos que eles não tem a mínima vontade de observar, ainda que internamente saibam que seriam interessantes e até positivos.

Abandonei a razão e deixei o afeto falar mais alto e RELIGAR, como deveria fazer a religião.
Este ano me superei. Não peguei um voo bate e volta. Fiquei todo um fim de semana, dormi no caos, convivi na desordem como se a bagunça fosse natural.
O que facilitou foi saber que tudo aquilo teria fim PARA MIM, que era só um final de semana e depois eu voltaria sã e salva para minha vida. E voltei.

O racional segurou o ímpeto da emoção reformadora e deixou o afeto, a aceitação, circular livremente.

A realidade ensina que não nos compete ser mais realista do que o rei e que cada um é majestade do próprio reino que governa e gravita. Agora aprendi (acredito)!


Sigo  lendo Amós Oz:

...não havia ali em toda a aldeia alguém que ensinasse as crianças que a realidade não é apenas o que o olho vê e não somente o que o ouvido escuta e o que a mão pode tocar, mas também o que se esconde do olho e do toque dos dedos e se revela às vezes, só por um momento, para quem procura com os olhos do espírito e para quem sabe ficar atento e ouvir com os ouvidos da alma e tocar com os dedos do pensamento.
(in De Repente nas profundezas do bosque, de Amós OZ - p.52)


           



quarta-feira, 21 de maio de 2014

Limpando a área

"Quase nada neste mundo acontece de forma inesperada quando refletimos com atenção. Mesmo o que alguém poderia considerar incomum, se pensarmos bem é apenas alguma coisa que tinha probabilidade de acontecer. Deparar-se repetidas vezes com acontecimentos incomuns significa pouca reflexão sobre eles."
(in "Por favor, cuide da mamãe", p.34)
 
 
Ainda não terminei o "destralhamento" do escritório, mas continua, assim como continua a limpeza das caixas de entrada dos e-mails.
 
Acumular é um  descuido, um relaxamento que se torna um hábito e pode gerar dependência. Limpando a área redescobri coisas importantes que nem lembrava mais que tinha, reestabeleci prioridades com o que vou mantendo em ordem e tudo em volta parece mais vivo, mais harmonioso.
 
Mas dá trabalho!
 
Espero terminar esta semana.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Ou Mudo ou me Mudo

Este primeiro semestre de 2014 tem sido um emaranhado de decisões, dúvidas, escolhas, contradições e sabe lá em que ordem registrar.
 
Andava incomodada querendo mudar de casa, de vida, de tudo, aí sosseguei um pouco, respirei e resolvi por algumas coisas nos devidos lugares, e as que não tinham ainda um espaço, estão encontrando.
 
Resolvi mudar o caos da minha vida ao invés de me mudar e leva-lo comigo. Está funcionando.
 
Ontem saíram quatro sacos imensos de livros do escritório. Mais de trezentos livros para doação. Serão mais úteis do lado de fora.
 
Parece que não saiu nada. Era tanta coisa esperando um lugar que parece nada está mudando, mas está.
 
Mudar é mais importante que simplesmente mudar de endereço. Mudar o jeito de olhar, de se vestir, de se organizar. Estou mais leve e ainda nem terminou.
 
Como não vou mais viajar, vou "destralhar" com calma alguns cantos obscuros da minha existência.
 
"Ei! Tem alguém aí?" é a leitura que começarei hoje, para relaxar da excelente leitura de "Por favor, cuide da Mamãe". Sem palavras como esta leitura foi boa e importante neste período do ano. Sem palavras. Só emoção. Super recomendo.
 
É isso, mudo e relaxo.
 
 

terça-feira, 13 de maio de 2014

"Mães e filhas ou se conhecem muito bem ou são como estranhas"

Ufa, já passou o dia das mães e eu sobrevivi a mais este, desta vez completamente só, auto-exilada em uma cidade do Estado vizinho.
A frase título deste artigo, extraí do livro que escolhi ler depois desta data, para mim tão cheia de desejos antagônicos: "Por favor, cuide da mamãe".
Comprei ele em um Sebo na bela  Feira do Príncipe em Joinville, SC para onde fugi. O livro está novo.
Uma mãe desaparecida lendo sobre outra. 


Comprei três livros que queria ler, não sem antes pechinchar, afinal feira ao ar livre liberta. Antes de tudo isso fui assistir uma missa na bela catedral e me emocionei com a arquitetura e com o Santo Anjo rezado ao término da missa, minha prece favorita.

"O Lago dos Sonhos" levei para terminar e fiquei feliz de deixar para a Carol, que nem lembrava que morava em Joinville.
Talvez não tenha sido por acaso que fui para lá.
Passei dias maravilhosos, fui bem tratada e realizei o sonho de conhecer São Francisco do Sul.

Gostei muito de ler mais este livro de Kim Edwards e guardei comigo alguns excertos que trarei para o blog oportunamente.

Na noite véspera do dia das mães sonhei com meus filhos, do jeito que são, o menino um poço de amor e surpresas e a menina uma angústia eterna.

Este post estava alinhavado no rascunho desde domingo, e eu não sabia como terminar porque sonhar com a filha foi impactante. Somos cadas vez mais distantes e o estranhamento é a melhor definição.

"Mães e filhas ou se conhecem muito bem ou são como estranhas" é uma verdade verdadeira, que deve ser enfrentada sem lágrimas ou tristeza, mas com realismo e coragem.

domingo, 4 de maio de 2014

Uma Missão

Estou na praia, esperando o temporal que não veio. Esperando, mas amanhã tenho que ir embora. Enquanto isso a zeladora do prédio passou o dia dando uma festa de arromba no prédio deserto, usando todas as vagas de estacionamento, todos os espaços de ir e vir como se fosse a dona de tudo. Cada um sabe de si. Ela sabe que não concordo com este jeito desrespeitoso de ser e por isso, por eu ter dito a ela, mudou a forma de tratamento de afável para formal. É comum nos dias de hoje sermos "queridos" se cedemos ou flexibilizamos princípios. Eu não estou no mundo para ser querida. Recentemente aprendi com uma querida conhecida de viagem que estou aqui, que fui deixada aqui, para cumprir minha missão.
 
Quem sabe seja a de ser antipática? Vai saber...
 
 Aproveitei a chuva fraca e clima de inverno para ler o livro "Lago do Sonhos" de Kim Edwards, livro que ganhei há alguns anos e que é tão bom quanto "Guardião de Memórias".
Lendo e sozinha, com ruídos de festas em torno a mim. Quando olho pra trás, para a vida que passou, como é bom poder escolher estar só ainda que os outros achem isso uma esquisitice?
Não precisar ir a festas para agradar os outros, não precisar frequentar ambientes que pinicam ou constrangem? Tudo acaba, tudo passa, até a festa. O que fica é o que realmente importa. E deve ser paz. Fazer o melhor, sem invadir ninguém ou ferir interesses. Se ser esquisito hoje em dia é querer fazer o melhor sem encher o saco ou explorar ninguém, sou feliz com minhas esquisitices.
 
Vim rapidinho para enviar um e-mail de saudades pra Valéria e atualizar o blog com este desabafo. Como disse Valéria, estou aqui, fui deixada no mundo sozinha, por uma missão!
 
 
 


quinta-feira, 1 de maio de 2014

Uma viagem ao mundo de nossos antepassados



Começo o novo mês sozinha e ao mesmo tempo acompanhada pelo livro "O Português que nos pariu". Há mais de 12 anos este livro morava em uma das estantes da minha biblioteca. Ameacei duas ou três vezes a leitura e cheguei até a pensar que não tinha sido uma boa aquisição.
Resolvi enfrentar o desafio, depois de ter retirado e lido os dois últimos de abril.
O Livro é divertido, algumas vezes sarcástico e ao mesmo tempo é sim uma viagem ao mundo de nossos antepassados. Muito bom apesar de pequenos erros de grafia, o que demonstra ausência de adequada revisão de texto. Provavelmente termino hoje a leitura e o livro vai para as trocas como os dois últimos de abril, que já têm novos donos. A história contada por esta carioca é um incentivo à reflexão, ajuda a pensar sobre o modo como vivemos, pensamos e reagimos, bem como prever (ou entender) como fazem os dos andares de cima e os dos andares de baixo  sociedade de ontem e de hoje.  Com "a proa rumo aos mistérios", no  estilo dos navegadores portugueses, a escritora desbrava todo nosso passado e também o que veio antes, sem nos desenlaçar da realidade. Impressionante a capacidade de contar tanto em tão poucas páginas (150pp). Sempre admirei o poder de síntese, mas aqui não é pura síntese, mas 150 páginas de muita informação, muita história e desdobramentos nos dias atuais.
Se eu fosse professora, esse seria um livro que eu recomendaria.
 
O bom de trocar livros (e também doá-los) é que de tempos em tempos faz-se a revisão dos livros de estoque e nos obrigamos à leitura antes passar adiante.
É uma forma de navegar com "a proa rumo aos mistérios" e não parar mais de se surpreender e aprender.