Multiplicidade

Cheirinho de férias escolares no ar. Provas finais já feitas e alcançada a aprovação.

Foi (e ainda está sendo) um ano de vitórias.

Emagreci e aprendi a viver em torno de 56kg - o que é uma vitória e tanto.

Consegui passar o semestre em equilíbrio em todas as áreas e aprendi muito.

Um ano com mais de 4 viagens ao exterior e o sonho realizado de conhecer a Escandinávia.

Poderia ter feito muito mais, eu sei, mas admito que ainda tenho dificuldade em administrar minhas múltiplas facetas.

A criança interior está sempre inquieta, a ex-fofa ainda me tortura e a atual magrinha é um tanto insegura e até pessimista se vai sobreviver em um mundo cheio de tentações.

O jeito é seguir em frente e administrar os humores.

Enquanto isto estou procurando janelas acústicas para ouvir melhor os ruídos internos, tão-somente.

leituras

Neste mês troquei dois livros em um site que recém me inscrevi e já li os dois. Uma escritora brasileira e esta escritora chinesa que vive nos EUA.

Este é o segundo livro que leio que tem como pano de fundo a Revolução Cultura. O primeiro foi "Balzac e a Costureirinha Chinesa" escrito por Dai Sijie.

A ditadura proletária, de esquerda, arrasa um país, basta ver a Venezuela e o quadro atual.

A ideia de destruir pessoas que "são melhores" porque estudaram ou trabalharam em melhores condições, escravizando-as, cerceando-as de seus bens e liberdade, não melhora sociedade nenhuma. Ao contrário.

Bem diz o dito popular que a inveja é uma merda.

É a inveja que faz com que pessoas parem de fazer o seu próprio caminho para roubar, saquear e até matar o próximo. É a inveja, aliada com a cobiça e a preguiça. Sim preguiça é o que alimenta quem quer pegar o que já está pronto. Mas o preguiçoso não sabe que com o passar do tempo, tudo se perde e a miséria humana é que sobrevive.

Gostei do livro, da narrativa. Fui surpreendida pelos becos e favelas de Pequim e com os meandros da  corrupção chinesa, tão próxima da nossa realidade. A autora não nos conduz a um final feliz. Contudo tece uma teia para  situações extremas como estas, onde indefesos, temos que fazer escolhas, na total ausência de justiça. Na total impossibilidade de mudar o que passou.

Entra ficção na realidade

Feriadão movimentado no Brasil.

Políticos e outros criminosos a eles ligados presos e, encarcerados, o que parece ficção, mas é realidade.

Temporais, muito sol e o povo trabalhando muito em feiras e em atividades de turismo para dar conta aos deslocamentos da população para toda a parte. Realidade que para muitos é ficção.

Viajei para uma região de colonização italiana, alemã e portuguesa percebendo a distinção de cada comunidade e o saldo foi positivo, realmente observando.

Levei comigo um pequeno livro para ler nos intervalos das atividades: o médico e o monstro, do escritor escocês R.L.Stevenson porque hoje vai para uma troca em São Paulo.

Trocar livros, digo e repito, salva livros. Resgata-os da escuridão da estante e ressuscita-os. Gostei de reler o livro quando foi possível durante a viagem em excursão.

Excursões são sempre recheadas de adrenalina, porque enclausuradas em pequenos grupos a nossa dualidade, tão bem descrita por Stevenson, emerge, e nos revelamos para o bem e para mal em frações de segundos, contidos e incontidos, satisfeitos e insatisfeitos.

Cada um em sua cela, cada um experimentando o sabor da vida, da própria história e das circunstâncias. A vida é uma viagem,  uma ficção concretizando-se a cada segundo. Ficção concretando realidade.

Dia de faxina!

A cada 15 dias uma moça vai na minha casa fazer faxina.
Segundo "acreditamos" ela precisa mais disso do que eu.

Ela acredita que gosta da minha casa porque diz que é limpa ou fácil de limpar e também acredita que precisa do dinheiro da faxina. 

Eu acredito que é uma chatice o dia da faxina, tudo sendo revirado e remexido para depois tudo ficar aparentemente normal, limpo e no lugar. 

Na verdade faxina me desassossega, me tira do eixo, remexe as entranhas do meu cafofo, para o bem e para o mal.

E em dias de faxina tenho mania de deixar (quase)tudo em ordem para ser limpo e é dia de colocar coisas guardadas no lixo.

É dia de papéis, revistas, anotações, agendas irem para reciclagem. Esta semana vai esta agenda de 1997 e outra de 2009. Sim, demoro para me desfazer de algumas porque são verdadeiros diários com lembretes, citações e dicas perdidas no tempo, mas sempre atuais.

Repasso página por página e arranco algumas para o presente. Releio as que serão descartadas e recordo os momentos de tristeza e gozo, de vitórias e fracassos na vida e profissão.

Ao fim de tudo volto para a realidade, satisfeita pelo passado, por ter vivido com gana, plenitude e otimismo construindo o futuro que hoje é o meu maior presente.

Estamos sempre adaptando, e em adaptação, com ou sem roteiro

Baguncei minha manhã de sexta-feira e readaptei os planos do dia inteiro, para conhecer esta escritora alemã e assistir a um interessante debate paralelo à Feira do Livro.

Que bom que fui. Gostei muito de ouvir a escritora de Soul Kitchen e de saber por ela a história interessante do livro escrito em paralelo com o filme, que já assisti duas vezes (em janeiro e em junho).

Já está escrevendo seu terceiro livro que será será lançado em maio do próximo ano na Alemanha. 

Certamente a estada no Brasil vai inspirá-la a escrever no mínimo mais um livro considerando os contrastes culturais.

Aqui no Brasil, traduzidos, já temos seus dois primeiros livros "A cozinha da Alma" e "O porco entre os peixes". Pretendo ler os livros dela.

É isso. Estamos sempre adaptando, e em adaptação, com ou sem roteiro.

Jasmin salintou para o público presente a importância de percorrermos o mundo, a vida, com olhar atento, porque assim temos a  chance de transformar merda em ouro, sem perder de vista de que o contrário também pode acontecer!

Foco, compromisso e determinação

Desafios não faltam e qualquer distração pode por tudo a perder.

Penúltimo mes do ano e muitas metas foram vencidas, mas aprendi que vencer não é nada, se não consolidamos os resultados positivos.

Qualquer distração, um pequeno tropeço pode transformar a vitória em fracasso.

Escola dos Sabores

Confesso que a capa abriu o meu apetite para ler este livro. Vi pela primeira vez em um dos sites de troca de livros dos quais participo e solicitei por no mínimo duas vezes, sem êxito.

Quando o apetite não se extingue dou um jeito de comprar e foi o que fiz.

Não é um livro de receitas, nem um romance de tirar o fôlego, mas tem uma cozinha aconchegante que reúne um pequeno grupo de pessoas interessadas em sabores e a narrativa ainda nos oferece o sabor da vida de cada um deles.

Li neste período de dieta e os sabores deste livro tornaram tudo mais interessante. 

Estou cuidando!

Antes de envelopar um livro que vai para troca tive o cuidado de relê-lo e mais uma vez gostei do que li.

Trocar livros tem suas vantagens, entre elas a de antes de se desfazer reler (ficaria perdido na prateleira e jamais teria esta chance) e a de receber uma nova obra que de outro modo dificilmente se chegaria nela. 

Ler é um dos meus hobbies. E agenda antiga também é livro aqui em casa e tenho dificuldade em me desfazer de algumas delas.

Hoje fui anotar uma citação para colocar no blog em uma agenda antiga e depois que fiz é que me dei conta do "tudo a ver"!

A agenda é de 2010, o dia 25 de janeiro, o mês mais gordo da minha existência, em que eu achava que poderia explodir de uma hora para outra, de stress, de comida, de vida mal vivida.

Agenda é diário mal-escrito, mas que tem o seu valor histórico, e no dia 25 daquele janeiro  escrevi:

"63,5

Dia de reformas, angústias, alimentação sem cuidados.

MAS NÃO DESISTO!

ESTOU  CUIDANDO!"

que achado no dia de hoje quando me encontro na casa dos 56kg sem angústias e com cuidados.

Contudo o mais legal de tudo isso, é que sem ler a agenda antiga, escrevi a citação retirada do livro que está sendo trocado e que tem tudo a ver, unindo o passado com o presente, com a prova de que estou cuidando!

"Se você não tem tempo para cuidar do corpo, um dia vai ter que arranjar tempo para ficar doente." Edward Stanley