quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Pedra no sapato!

O frio segue por aqui, depois de muita chuva.
Enquanto isso sigo tocando a vida com atenção e responsabilidade e lendo nas horas livres, menos do que gostaria.

Ainda que falte tempo, ou estímulo, não dá para parar.

Hoje terminei de ler o livro "Inglês na ponta da língua" do Denilso de Lima e com certeza será um livro que vou voltar muitas vezes, porque é inspirador para a fluência no inglês. Como eu admito, sou uma eterna nível intermediário, não avanço, não progrido com a língua inglesa, embora tenha sido a primeira língua estrangeira a ter contato.

Acredito que as dicas do Denilso serão muito úteis e vou adotá-las para incrementar o aprendizado. A dor ensina a gemer e esta pedra no sapato está na hora de remover, afinal no próximo semestre eu irei para o Upper e preciso realmente me afastar do nível intermediário ainda que seja sofrido.

Contudo, eu comemoro. Hoje leio livros em língua inglesa com muita facilidade e estou me deliciando com I remember Notthing, da Nora Ephron, leitura que comecei este mês e ainda não terminei porque não quis não porque está difícil de compreender.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Entre o verde e o azul... tem o rosa no arco íris

Depois de ler este livro, vou olhar com mais atenção o arco-íris e suas cores.

É o primeiro livro que leio desta autora britânica.  Gostei muito. Foi perfeito nestes dias frios.

A narrativa é vívida sobre o jardim, sobre a magia do amor e dos seus efeitos.

Não fosse um presente jamais conheceria este livro, porque não costumo comprar este tipo de romance, mas valeu a pena.

Aqueceu-me.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

No caminho certo

A vida tem segredos. É um mistério ao qual devemos nos entregar, e hoje tive mais uma demonstração disto.

Com agenda cheia, uma lista de coisas para fazer na  rua, aproveitei e levei um casaco que há dias queria doar.

Procurei os cestos de doações em vários lugares por onde passava e nada. Faltava cumprir meu último compromisso na rua e eu seguia com o casaco sem doar.

Olhava para as pessoas em volta e ninguém precisava aparentemente. Está fazendo 7°C agora e chuvisca.

Esperava para atravessar a rua e pensava no absurdo da situação. Um casaco leve, lindo e quente e eu não conseguia doar. Do nada, olho para minha esquerda e vejo uma senhora mais ou menos do meu tamanho e esta com um sorriso desabafa em confidência:

- "Estou batendo queixo", e me fez olhar para seus pés com uma sandália bonita, mas inadequada para o clima, enquanto explicava que estava na cidade para acompanhar o irmão que estava no hospital para um transplante e não sabia que aqui fazia tanto frio aqui, porque é do interior de Minas Gerais.

Ainda surpresa com aquele encontro, ofereci-lhe o casaco. Ela tremia o corpo inteiro e disse que aceitava e eu vesti nela, aboteei, como se fosse uma boneca e ela instantaneamente parou de tremer.

A sinaleira, como por milagre, seguia fechada e nós ali próximas e aquecidas conversamos amenidades sem mais temer o frio que sentia ela ou a desolação que até então eu sentia por não ter a quem alcançar aquele lindo agasalho.

Nos despedimos e eu saí do frio, da rua, leve e feliz, agradecendo a Deus por aquele encontro que só pode ser divino.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Sem ordem alfabética, do mistério da vida à simplificação da morte

Neste fim de semana, o último de férias escolares, devorei dois livros que recebi em trocas nos anos anteriores: "O Fim do Alfabeto" e "Tristano Morre".
Não por acaso os dois traçam o caminho da morte. Não por acaso estou em processo de luto, mas não por morte de pessoas queridas, mas de pensamentos e atitudes até então em mim. 
Apesar da "morte" ser encarado um assunto mais denso que a "vida" eu assim não penso e devorei estes dois livros nada indigestos. Pelo contrário. Como os dois livros vão ser devolvidos para a lista de trocas, deixo um registro da última leitura, um excerto, que não por acaso liga um livro ao outro, mal sabem os autores, o primeiro canadense e o segundo italiano.
"A vida não está por ordem alfabética como há quem julgue. Surge… ora aqui, ora ali, como muito bem entende, são miga­lhas, o problema depois é juntá-las, é esse montinho de areia, e este grão que grão sustém? Por vezes, aquele que está mesmo no cimo e parece sustentado por todo o montinho, é precisamente esse que mantém unidos todos os outros, porque esse montinho não obedece às leis da física, retira o grão que aparentemente não sustentava nada e esboroa-se tudo, a areia desliza, espalma-se e resta-te apenas traçar uns rabiscos com o dedo, contradanças, caminhos que não levam a lado nenhum, e continuas à nora, insistes no vaivém, que é feito daquele abençoado grão que mantinha tudo ligado… até que um dia o dedo resolve parar, farto de tanta garatuja, deixaste na areia um traçado estranho, um desenho sem jeito nem lógica, e começas a desconfiar que o sentido de tudo aquilo eram as garatujas."

António Tabucchi, in "Tristano Morre"

domingo, 11 de agosto de 2013

Balanço e estantes

Enquanto os cães ladram... a caravana passa, não é mesmo?

Há quase quatro anos (em outubro fará 4 anos) tenho trocado livros.

O começo deste "desligamento" é difícil, diria até penoso. Mas daí se faz um balanço, -  tudo na vida deveria passar por um balanço de tempos em tempos - e aí revisitando as estantes foram se apresentando livros para mais uma leitura e um adeus. Assim comecei uma pequena lista de 10 livros.

Muito difícil no começo, teimo em recordar, porque livro além do autor e do texto tem a história, o momento em que entrou para nossa vida, porquê veio para nossa casa, quais as ideias e os sonhos que se tinha quando se leu e quanto modificamos a partir da leitura e reflexão.

Sim, porque livros nos modificam. Jamais seremos os mesmos depois de uma leitura.

As trocas começaram e não pararam até hoje. Ao todo troquei 58 livros, o que significa uma média de 14,5 por ano, ou seja, neste período de quase quatro anos li livros de autores que jamais teria acesso, por completo desconhecimento, mas também li outros que não tinha tido oportunidade ou dinheiro para adquirir na época dos lançamentos, e até hoje me surpreendo com a felicidade que estas trocas fazem para todos nós. 

Neste final de semana li dois livros que troquei neste período. Escolhas acertadas, momento certo para lê-los.

Hoje fui recolocá-los nas trocas e revisitei o estoque de livros que disponibilizo para trocas: prontos para quem quiser levar são 50 títulos o que significa que estou aberta a 50 novos títulos para ler e retrocar na maior parte das vezes.

Livro em movimento é melhor que livro empoeirado e abandonado sem leitura em estantes.
Uma iniciativa que merece ser difundida.


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Quem vê só a capa não vê nada!

Existem livros que, como pessoas especiais, esperam sua vez e este esperou pacientemente.

Primeiro livro que leio deste Autor. No início senti um certo desconforto, parecia denso demais para a leitura que eu me propunha.

Antes de abandonar o livro, levei para o elíptico e em três dias,  durante os exercícios e duas noites antes de dormir, emocionada, terminava a leitura.

Como na vida, às vezes é necessário ir além do desconforto inicial, ir além, observar melhor, como para produzir arte como o autor nos exemplifica através das viagens do livro.

É um livro bom tanto para quem gosta de arte, como para quem gosta de viajar, mas especialmente para quem não entende nada de arte nem de viagem e pensa que entende.
Quanto a mim, me fez rir, me emocionou e me fez reler alguns trechos para refletir melhor sobre meus conceitos ou experiências diante da natureza e da arte. Estou emocionada.
São tantos excertos para registrar, mas fica um, que me faz recordar da última viagem e do retorno à casa:

"Mas o que é o estado de espírito de viajante? Pode-se dizer que a receptividade é sua principal característica. Aproximamo-nos de novos lugares com humildade. Não trazemos ideias rígidas sobre o que é interessante. Causamos irritação aos moradores locais porque paramos em trechos em obras da pista, obstruímos o caminho em ruas estreitas e admiramos o que eles consideram detalhes pequenos e estranhos. Corremos
o risco de ser atropelados porque ficamos intrigados com o telhado de um prédio
governamental ou com a inscrição de uma parede. Pensamos que um supermercado ou
um salão de cabeleireiros é especialmente fascinante. Exploramos de forma
interminável a apresentação de um cardápio ou as roupas dos apresentadores do
noticiário noturno. Estamos atentos às camadas de história por baixo do presente,
tomamos notas e tiramos fotos.
Nosso ambiente doméstico, por outro lado, encontra-nos mais acomodados em
nossas expectativas. Estamos convencidos de ter descoberto tudo o que é interessante
numa vizinhança basicamente por ter vivido ali durante muito tempo. Parece
inimaginável que haja algo novo a ser descoberto num lugar em que vivemos há uma
década ou mais. Estamos habituados e, portanto, cegos."

Sim, o grande risco é a cegueira, a falta de sensibilidade para supreender-se com o novo e principalmente com o novo olhar sobre o que consideramos velho, já conhecido. 
Para mim não tem jeito melhor de viver do que com o constante "estado de espírito de viajante" e aí está a grande arte de viajar, seja longe, seja perto, seja na própria casa ou quarto.  Vou ler mais livros deste autor.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A arte de viajar

Recebi a pouco este cartão postal de Hong Kong. Não consigo me imaginar um dia inteiro neste lugar cheio de pó, no meio de montanhas áridas, mas o cartão veio recheado com as palavras do meu amigo chinês e é impossível não ficar emocionada com a viagem que empreendeu de mochila por estas bandas e contagiada com a sua felicidade.

Estou esperando o nome do lugar.


Além disso, passo para o blog a citação que escreveu que me tocou fundo:

"Traveling or Reading. Body or Soul must have one on the road."

Nestes dias estou lendo o livro "A Arte de Viajar" de Alain de Botton (comecei ontem e estou na p. 72). Esta frase poderia estar no livro dele. Quem sabe está?



Não conheço definição melhor para minhas viagens. Estou sempre na estrada.

Pensando bem, talvez passasse um dia inteiro neste lugar do cartão (body) mas certamente retornaria a ele muitas outras vezes (soul).


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Viagem leve

Para quem adora viajar como eu, aproveitando todas as opções que as viagens oferecem para deslocamento (barco, trem, avião, caminhada, esportes, etc.) o grande dilema sempre será a mala. Não tem como fugir das dúvidas do que se vai precisar e quanto levar de peso.

Acostumada a armários abarrotados, costumava abarrotar malas e ainda comprar uma extra com as "coisinhas" do caminho.

Demorei, mas aprendi. Minha última viagem foi com uma pequena mala, cerca de 7 quilos e com tudo que eu precisaria. Usei tudo, lavei tudo e ainda "abandonei" roupas pelo caminho para trazer discos, livros e chocolates. Chamei de troca inteligente.

Usei a famosa regra do 3 tão divulgada na internet e funciona mesmo.
A vantagem de viajar leve é que (1) não tem mala perdida, (2) não tem muita frescura na hora de se vestir (não adianta levar malão, turista sempre tem cara e roupa esquisita de turista), (3) se respeita a pessoa do "transfer" ou taxistas sem sobrecarregá-los com excesso de peso, (4) podemos deslocar facilmente por escadas e corredores estreitos de navios, (5) protege da gula das comprinhas desnecessárias, (6) economizamos gorjetas porque podemos transportar a própria mala.

O melhor deste hábito é que agora fiquei mais crítica com meu armário e minhas gavetas. Estou simplificando as prateleiras. Primeiro me obrigo a usar o que está pendurado ou dobrado no armário. Daí durante um dia avalio se ainda preciso dessa ou daquela roupa, desse ou daquele sapato.
Testo novas combinações, penso se vale a pena uma reforma.
Daí lavo e decido se fica ou vai para a doação. 90% das vezes tem ido para doação. Algumas vezes nem preciso experimentar como vai acontecer com um casaco quentinho que achei dobradinho hoje. 
É lindo, leve, quente, mas é hora de soltá-lo no mundo.

Faz um bem danado viver simplificando rotinas, tirando  objetos desnecessários do caminho. Os armários ficam mais organizados e espaçosos.

Bom é viver mais leve -  de corpo e alma, porque daqui nada se leva, como dizem os antigos e deveríamos lembrar sempre desta sábia mensagem.