sábado, 30 de março de 2013

O Laço Duplo

Acabei de ler este livro. É muito bom, muito bem escrito. Prende do início ao fim e não tinha ideia de como ia terminar até perto das últimas vinte páginas (tem 348pp).

Estou na praia e carreguei o livro hoje por toda a parte, curtindo o dia lindo e o livro. Estava curiosa para saber como o autor concluiria um enredo tão complexo.

O livro narra, em apertada síntese, sobre o ser humano, suas histórias reais e inventadas, a saúde mental e as enfermidades decorrentes das relações humanas desde a infância, em uma ficção muito bem escrita. Este romance cairia muito bem em um filme de suspense.

Se fosse o único livro na minha biblioteca, recomeçaria a leitura hoje mesmo, mas ontem fui em uma Feira do Livro aqui no litoral e trouxe  outros dois novos exemplares para aumentar as imensas pilhas de espera. Vai para troca de livros.

P.S.: Já tem nova dona!

quinta-feira, 28 de março de 2013

A mala

Preciso presentear uma gestante jovem, minha sobrinha, com a mala ou bolsa para o bebê, que deve ser azul e branca.

Fiquei encantada com as atuais bolsas para bebê, cheias de divisórias, compartimentos, facilitando a organização.

Quando eu tive bebês acho que não existiam assim  tão lindas, e se existiam eram fora do meu orçamento.

Adorei que me escolheu para este presente no chá de fraldas. Um presente útil, que presume muitos passeios com o bebê, idas ao pediatra para revisão de quilometragem ou para resolver os dodóis que fazem parte da história de cada um.

Através da mala, que leva e traz as coisinhas do nenê, eu vou poder estar junto com eles. Gostei da ideia!

Agora mãos à obra para achar a bolsa certa.

segunda-feira, 25 de março de 2013

O meu futuro


Semana passada foi uma semana de consertos.

Consertos no apartamento da vizinha com reflexos no meu. 
Resultado: muito lixo no meu apartamento e dores pelo corpo para limpar e colocar tudo no lugar.

Ainda tenho dois banheiros com teto aberto para resolver depois da Páscoa e um pedaço de um teto aberto na varanda. A minha falta de coragem de cutucar a vizinha para os consertos custou-me 6 meses.

Esperei ainda toda a primavera por um milagre (usando de tudo) para a minha dermatite alérgica cessar e somente na entrada do outono ela está me abandonando. Coincidentemente com a obra.

Acontece que não tem como esconder o sol com a peneira. Nem goteiras. Nem pereba de dermatite.  E devo admitir que apesar de exausta estou aliviada com o (quase) final da obra de conserto e da minha dermatite.

Quando algo não funciona, não adianta se esconder embaixo da cama. Tem-se que respirar fundo, realinhar o corpo e ir à luta, criando   soluções e tempos melhores.

É sabido que se não criamos os eventos da nossa vida, a vida dá um jeito de preencher os espaços ociosos, com agradáveis ou desagradáveis situações. Depende da sorte de cada um.
É preciso estar alerta e presente em cada momento.

As dores passam...

quinta-feira, 21 de março de 2013

Aprendizados

Hoje eu entendo porque insistem em dizer que quando criança temos mais facilidade para aprender.

Eu sei que não tem idade para aprender, tenho aprendido minha vida toda e vou morrer aprendendo,  mas é na minha turma de alemão, onde só tem gurizada que vejo o quanto preciso correr para chegar perto da facilidade deles. Estou sempre ligada e saio da aula como se um caminhão tivesse passado por cima, graças também à professora que é fantástica e não nos deixa respirar a não ser em alemão.

E no inglês, embora não tenha mais fobia para aprender, parece que estou sempre engatinhando (ainda mais agora que o alemão entrou no jogo)  e isto tem sido objeto de dores de cabeça, porque os professores fazem expectativas que não me sinto merecedora.

Já o italiano e o português são minhas duas primeiras línguas, e tenho verdadeiro prazer em  aprender todos os dias novas palavras sem qualquer problema.

No entanto não se pode esquecer: o que não se exercita, definha e morre, até a língua materna, que jamais pode ser esquecida.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Coordenadas


Não estou dando conta das tarefas que escolhi fazer e não as considero excessivas. 

Acontece que para dar certo é preciso foco e dedicação e não tenho sido suficientemente comprometida.

Este desenho me foi enviado dos EUA, pela professora do aluno na troca de cartões postais.

Sempre tive dificuldade de saber aonde fica e norte e também o leste ou este. Sabendo estes, se sabe os outros, mas na vida meias soluções não bastam para finais felizes.

Aí volto pra organizar onde coloco o foco e a dedicação...

sexta-feira, 15 de março de 2013

Mais um, mais emoções para sempre


"Per sempre" é o último livro de Susanna Tamaro, sucesso desde a publicação em 2011. Ganhei de presente da minha filha ano passado, em fevereiro, quando estávamos em Roma.

Os livros de Susanna são difíceis de parar de ler. É uma emoção na outra, mas com leveza, com calma, e ela como ninguém consegue isto escrevendo de situações cotidianas que acontecem todos os dias próximas a nós ou com nós mesmos.

Estou na praia. Chove muito o tempo todo. Ótimo clima para boas leituras. Sozinha em casa, me aproximei mais do protagonista Matteo. Ele como eu cada um na sua toca aprendendo com as dores evitáveis e inevitáveis, reconhecendo os espaços interiores, vazios ou preenchidos.


Existem muitas passagens que gostaria de registrar, mas quero escolher apenas uma e assim escolherei a primeira que marquei às páginas 51-52 - reflexão de Matteo, lembrando diálogo enre seus pais, quando era  jovem:

Di quanto dolore sono fatte le nostre vite?
   Di quanto dolore evitabile?
  Alle volte penso che al momento della nostra morte non vedremo scorrere tutta la vita, come  dicono, ma soltanto una piccola parte - i gesti d'amore mancati, la carezza non fatta, la comprensione non data, quel muso inutile tenuto troppo a lungo, quella caparbietà nutrita soltanto di se stessa.
   (...)
   Solo invecchiando ci si rende conto della gravità di certe parole e tutto ciò che abbiamo mancato - per superficialità, per egoismo, per fretta - comincia a pesare sul nostro cuore, ma il tempo ormai è andato e non torna più indietro.
   (...)
   Uscire da se stessi. Non è forse questo il segreto per sfuggire al "troppo tardi"? Ma quando lo capisci purtroppo la tua vita è andata troppo avanti.
    Troppo avanti.
    Troppo tardi.
    Troppa amarezza.
    Troppo dolore.
    Troppo dolore che si poteva evitare.

Tradução livre:
De quanta dor as nossas vidas são feitas?
De quanta dor evitável?
Às vezes penso que no momento de nossa morte não veremos escorrer toda a vida, como dizem, mas somente uma pequena parte - os gestos de amor que faltaram, a carícia não feita, a compreensão não dada, aquela cara feia mantida por muito tempo, aquela obstinação nutrida somente por si mesmo.
(...)
Somente envelhecendo nos damos conta da gravidade de certas palavras e de tudo aquilo que faltou - por superficialidade, por egoísmo, por pressa - começa a pesar sobre o nosso coração, mas o tempo já passou e não se pode voltar atrás.
(...)
Sair de si mesmo. Não será este o segredo para escapar do "muito tarde"? Acontece que quando compreendemos isto infelizmente a vida já avançou muito.
Muito avançada.
Muito tarde.
Muita amargura.
Muita dor.
Muita dor que poderia ter sido evitada.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Maravilhoso!!!!



Será que preciso dizer algo mais?

Sim, para lembrar o porquê da postagem do vídeo.
Estou lendo o livro "Per Sempre" de Susanna Tamaro. 
No capítulo 3 o menino intrigado com as formas dos insetos, com a evolução da borboleta, fica sem entender o sentido da vida para nós humanos e questiona ao avô:

"Perché viviamo?"

E o avô, que por um tempo observa o neto, um pouco perplexo, responde baixinho:

"Per fare le cose, per farle bene. Per le bestie, per i campi...".

Simples assim. Cada um tem que fazer a sua parte, e fazê-la bem, sem adiamentos, sem lamentações. 
É para isso que vivemos e morreremos.  

domingo, 3 de março de 2013

Canadiana e-ou Canadense Alice Munro

Terminei este fim de semana de ler este livro da premiada contista Alice Munro. Comprei-o  ano passado e estava entre tantos outros que aguardam leitura há mais tempo.

Alice Munro é uma escritora canadense (canadiana) que hoje está com 81 anos de idade e ainda produzindo livros.

Fiquei impressionada com os contos deste livro e entendo porque é comparada ao escritor Anton Tchecov.

Na verdade prefiro ler livros de narrattiva longa e dificilmente leio livros de contos, talvez pelo perigo de ler uns e deixar outros.

Enfim, não é a minha praia, mas admito que me surpreendi positivamente com os contos de Alice Munro. Nunca tinha lido nada igual.

Os contos retratam gente como a gente, em histórias absolutamente humanas e tensas. Não se faz ideia de como podem terminar no próprio conto, muito  menos que continuam em nós ao término da leitura tal é a magia com que a escritora  traceja vidas e fatos do cotidiano.

Vou procurar outros livros da escritora.