domingo, 30 de setembro de 2012

Sem força, mas cheia de vontades

"O segredo da força está na vontade". Giuseppe Mazzini

Setembro passou, no galope.

Eu estava cheia de planos para fazer e acontecer e meu mundo desmoronou.

Devido a dúvidas médicas sobre minha saúde física, tive que me submeter a muitos exames  e acabei me afastando da saudável agenda de atividade física.

Não bastasse, o apartamento na praia foi inundado pela obra de vizinhos descuidados e eu com viagem marcada para o Uruguai.

Adoeci, física e mentalmente, enquanto esperava um diagnóstico, e agora que o médico me deu "alta" haja força para correr atrás do prejuízo.

Adoro o mês de setembro, mas o deste ano teve cara e roupagem de agosto, com tantos desgostos. O frio, as chuvas, a umidade de agosto e as doenças deslocaram-se para setembro e muitos velhinhos sucumbiram.

Neste mês de setembro fiquei frente a frente com as minhas limitações, frustrações e angústias e percebi que já lido muito melhor com elas. Apesar de tudo, não perdi a vontade de resolver o que tinha que ser resolvido, não deixei de viajar, nem de fazer o que era urgente, no ritmo possível, mas sem descuidar de nada.

O segredo da força está na vontade, nos diz o político e revolucionário italiano.
A meu sentir, está certíssimo. 

Preciso urgente recuperar a vontade de esquecer as agruras de setembro e tocar a vida,  reforçando a imunidade e me alegrando por quase nada ou por muito.
Haja vontade para transpor as dificuldades, as tristezas e aprender como lições de vida e não de morte.

Vontade, vontade, vontade, muita vontade, com força. É a resposta que procurava para enfrentar outubro.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

"O futuro nunca está gravado em pedra"

Comprei o livro "O Circo da Noite" antes de viajar para Chicago, em Julho. Queria lê-lo logo, mas resisti e li neste mês de setembro, com calma, apreciando cada detalhe criado pela autora.
Este é o primeiro livro de Erin Morgenstern e provavelmente o enredo estará daqui há alguns anos nas telas do cinema.

"- É uma questão de ponto de vista, a diferença entre parceiro e oponente - explica Tsukiko. Você dá um passo para o lado e a mesma pessoa pode ser as duas coisas ou outra totalmente diferente. É difícil saber qual é a verdadeira. E você ainda tem muitos fatores com que lidar, além do seu oponente."

Erin, além de escritora  é artista multimídia.
Resolveu escrever para expressar sua arte sob um novo ponto de vista, especialmente para registrar aquilo que não conseguia explicar nos desenhos, e o que se sente na leitura do livro é a artista e seus esboços contados em uma trama, meio conto de fadas, meio sonho, meio fantasia, mas acima de tudo palpável e a um passo da realidade de cada um.

Depois que se começa a ler, não tem como parar e não tem propriamente vilões ou mocinhos, mas personagens em busca de respostas e de realizações, ora fantásticas, ora nem tanto, e outros que simplesmente se satisfazem em sonhar "O Circo da Noite" perseguindo-o mundo afora.

"Estou cansada de tentar manter as coisas juntas - diz Célia quando ele se aproxima. - Tentar controlar o que não pode ser  controlado. Estou cansada de me privar do que desejo por medo de quebrar coisas e não conseguir consertá-las. Elas vão quebrar de  qualquer jeito, não importa o que fizermos."

Simplesmente adorável este livro e muito bem traduzido por Cláudio Carina.


sábado, 15 de setembro de 2012

O meu melhor amigo às vezes para de bater


Quando aparecem os resultados de uma adolescência (ou verdes anos da juventude) descuidada com a saúde?
Esta semana foi a vez de reaprender de que o que está feito, está feito, e só se pode remediar, enquanto  houver mais tempo, enquanto ainda não chega o ponto final.
Dia 13 enquanto estava ligada a um aparelho para medir pressão a cada 15 minutos, a minha primeira sogra encerrava sua história entre nós.
Ainda este ano tive o privilégio de abraçá-la, de conversar com ela e de me emocionar com o seu amor e lucidez.
- "Estou com 91 anos. Quero viver mais. Quero viver muito mais." - disse-me com o olhar brilhante e firme e com a voz possante que sempre ressoará em mim.
Viveu mais. Adorava o mar e não perdia um veraneio.
Mais sete meses viveu e agora partiu deixando entre nós tantos ensinamentos, coragem e princípios que não se encontram em qualquer esquina.
Não foi uma santa, não foi infalível,  mas humana e decidida, e imprescindível em minha vida.
Eu a amei desde o primeiro momento em que cruzamos na praia e a amarei pelo resto da minha vida, mesmo que seja ínfimo.
Ontem no cemitério, meu coração teimava em não bater, ou em bater de qualquer jeito e eu ainda não tinha lido o livro de Adriana Lisboa, mas que não por acaso já estava na minha bolsa, antes de eu saber do falecimento de Dona Sofia.
Sem sono, li nesta madrugada as 79 páginas do livro "O coração às vezes pára de bater". Era o que eu precisava.
E pensar que este livro chegou esta semana e o destino seria o de ficar em uma empilhado, na espera de mais de 3 anos, considerando tantos outros que chegaram antes.
Contudo, nada é por acaso, e conhecer esta escritora, através desta leitura infanto-juvenil foi como receber a garrafa do  mar, com a carta que escrevi em pensamentos. Sim. Eu quis escrever uma carta para cantar meu amor por Dona Sofia e escrevi do início ao fim, em pensamentos.
E aqui o mar quase entornou, Adriana!
Muito obrigada às duas.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Melhor do que o silêncio...

Este é o segundo livro que leio de Eric-Emmanuel Schmitt e caiu nas minhas mãos na hora  certa, ou melhor, no dia certo, em que estou ligada 24 horas em um aparelho medindo minha pressão a cada 15 min.

Stress. Ouvi isto por onde passei, vejo isto em cada rosto, em algumas confissões desajeitadas,  e nas minhas próprias expressões e apressados gestos.

Eric-Emmanuel Schmitt nos fala de um menino que fugiu de casa e que é acolhido em uma escola para ser lutador de sumô. Primeiro tem que aprender a se alimentar e depois se esvaziar. Com linguagem simples o autor faz lembrar que "a vida não é um jogo nem uma luta, senão haveria apenas ganhadores".

Psiu ... então me diz, pra que tanto stress????


quarta-feira, 12 de setembro de 2012

E sonho tem preço?


Hoje comprei meu primeiro globo terrestre, parecido com este da foto, tamanho médio, com iluminação e controle remoto.

Não paguei o melhor preço, mas realizei um sonho. Agora posso deixar meus dedos roçarem o mundo inteiro e ir de um continente ao outro em frações de segundos.

Alguns minutos depois posso me perder em algum oceano ainda desconhecido ou percorrer toda a linha do Equador sem nenhum esforço. Com a palma da minha mão posso fazer acordos de paz. 

Usando minhas duas mãos posso fazer uma miscelânea de todas as religiões e deixar os fanáticos sem rumo.

Enquanto chove copiosamente lá fora, o meu pequeno globo se colore e eu fico pensando quanto estudo (e sacrifícios) até se chegar a conclusão que a terra é redonda, sem falar em todas as transformações que a própria terra passou para ser este lugar habitável.

Certo é que diante de tanta grandeza somos seres minúsculos, mas enquanto vivos, altamente privilegiados por tudo que nos cerca.

Xô preguiça!!!!






O Vídeo tirei daqui

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Paixão por livros

Desde criança, sou apaixonada por livros.
Através deles aprendo sobre minhas emoções, descubro fronteiras, experimento diferentes sensações e sentimentos.
Em Chicago comprei meu primeiro Guia para Crianças (foto da Amazon) e terminei a leitura completa ontem.
Apesar de ser para crianças, tem 63 páginas de muito conteúdo e é bastante abrangente.
Com lindas fotos e textos enxutos passa por cada cantinho daquela grande e linda cidade nos enchendo de vontade de explorá-la. 
Curiosidade que gostaria de destacar que aprendi pelo guia:
-Chicago é conhecida como "city in a garden" - cidade no jardim - considerando seus 552 parques (jardins).
Sem dúvida, apesar de tantos arranha-céus, andar pelas ruas de Chicago é uma oportunidade de estar sempre próximo de um jardim, de um parque, ou de calçadas com lindas floreiras.
Não bastasse, a cidade é cheia de obras de arte a céu aberto e as pessoas não estragam como no Brasil, nem os jardins ou parques, nem os monumentos.
Viajar é muito bom, mas ler é uma grande e permanente viagem. 

sábado, 1 de setembro de 2012

Tenha bons sonhos!


Amor à primeira vista. A gente sabe quando acontece.
Em fevereiro deste ano, tarde da noite, eu passeava em Verona. Noite de carnaval e uma livraria aberta. Pedi por este livro, mas ele realmente só chegaria às livrarias no início de março quando eu estaria em Portugal.
Em abril, já no Brasil, encomendei o livro e só em junho chegou às minhas mãos.
Ontem terminei de ler e vou querer ler os outros livros deste autor.
Alguma coisa me dizia, pela resenha do livro, que a leitura seria útil para mim, e foi. Como eu, Massimo perdeu a mãe quando criança e teve que viver com o pai, um pai muito parecido com o meu, sem saber muito bem demonstrar os sentimentos e com o pesado fardo da morte da mulher amada.
Ontem era o aniversário de meu pai e ler este livro e terminá-lo ontem, fazendo algumas reflexões sobre meus pais, foi muito bom.
Massimo Gramellini contando sua história fez eu repensar  minha própria história e torcer por ele e ao mesmo tempo torcer por mim mesma.
Hoje também meu pai é morto e é preciso um esforço diário para que as lembranças, a dor da perda, as dúvidas sobre por que assim e não assado não atormentem o presente.
Só amando muito quem nos deu a vida e aceitando a vida e a morte como são, permite que se vá em frente, viver a própria vida, com novos (ou repetidos) enigmas para que os próximos da fila percam tempo (de preferência não) em decifrá-los.