sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Sem queixas!


Esta semana na aula de inglês o argumento foi fobias.
Exemplificativamente aparecia as  mais comuns (água, altura, insetos, cobra, etc)
Dialogando teve quem afirmasse não ter nenhuma fobia.
Eu fui quase na mesma linha, mas me dei conta que tenho algumas além das citadas em classe.
Sou fóbica a professores de inglês que querem que a minha pronúncia seja perfeita, e tenho fobia a médicos quando tiram a pressão. Preciso lembrar destas duas e tratar de superâ-las para um medo saudável.
Professores de inglês que entendem quando se diz "car" mas te corrigem para que seja uma pronúncia perfeita (que não serve pra nada na prática) tem o claro objetivo de boicotar a fala do aluno, acredito eu.
Tenho notado que alunos muito bons evitam falar em classe para não serem espicaçados, o que beira à fobia.
Mas minha primeira fobia é quanto a médicos. Frequentei tantos quando criança, que já na sala de espera a pressão vai às nuvens e minha pressão é normal!
Daí que o médico cardiologista (marquei a consulta para requisição de teste de esforço para academia) preocupado com a minha taquicardia e a pressão 15x9 preferiu não me deixar fazer o teste naquele dia, já marcado (aiaiaia) e mandou fazer eletrocardiograma (que nunca tinha feito) e um monte de exames de sangue.
Resultado: dois dias - ontem e hoje - de idas e vindas no hospital e o teste de esforço vai ficar sabe lá pra quando, dependendo dos exames. Acho que o médico está certo. Se eu fosse ele faria o mesmo. Outra vez em outro médico, a pressão foi tão absurda que ele ficou com medo de me liberar da consulta. Não gosto nem de lembrar e me nego a escrever a pressão.

Em jejum (exame de sangue) peguei um taxi de um senhor bem idoso, para voltar para casa. Conversando disse-me que o trabalho vai bem e que hospitais e supermercados sempre tem público para táxi. Rimos e eu disse que a maioria de nós não se dá conta que o que compramos nos supermercados muitas vezes nos leva direto para o hospital.

 Daí ele me contou as coisinhas que ele consumia de mercado que levaram ele a usar 3 pontes de safena, apesar de ser um senhor magro e dinâmico. Quando descia de seu carro, perguntei se ainda comprava e comia as mesmas carnes gordas de churrasco.
Com um lindo sorriso, disse que não mais. E complementou com um sorriso maior ainda que quer é viver!!!!

O médico escreveu no meu prontuário minhas palavras: "sem queixas".
Sim, não tenho queixas quanto ao meu estado físico em geral. Sim, quero viver mais e bem como meu amigo taxista, e como ele, de preferência, longe das doenças tratadas em hospitais.
Supermercados? Vou cada vez menos.
Talvez por isso ande tanto a pé...

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Entre a crença e a descrença

Esta semana o Fronteiras de Pensamento começou com uma conferência de Michael Shermer, americano declaradamente cético a todos os acontecimentos que não podem ser provados pela ciência do homem.
Veio para lançar e autografar seu último livro (Cérebro e crença) entre nós.
Michael Shermer lembrou-me as histórias sobre São Tomé, que precisava ver para crer. Quando eu era adolescente também fui uma ferrenha descrente e a história de São Tomé sempre era jogada no meu colo...
Não comprei seu livro. Seu ceticismo diante do que existe ou acontece e que não sabemos explicar através da ciência humana foi suficiente para descartar suas experiências escritas. Se ele não crê que eu possa ter improváveis crenças, quem sou eu para crer que precisa que eu compre seu livro?
Não sou doidamente crente, mas também não sou insanamente descrente sobre as coisas que acontecem e que não compreendo ou não sei como funcionam.
Assim, para contrabalançar  a descrença de Michael estou ouvindo o audio-livro de Ed Gungor, também americano, enquanto escrevo aqui.
Não tinha lido sobre o famoso livro "O Segredo". Não vi o filme inteiro, porque achei muito enfadonho, mas observei alguns comportamentos a partir da febre do segredo e achei absurdo pensar que a felicidade está no consumo, no ter novos bens e mais e mais.
Daí hoje resolvi ouvir este contraponto, a partir da visão de um pastor de Deus e gostei muito mais das reflexões neste livro do que na conferência do discípulo americano de São Tomé (ops. ele não crê em santos...). 

Eu não preciso ver para crer. Eu posso crer que existe muito mais além de mim e do meu ego, além da vida nossa como é, pelas simples experiências que tenho tido por aqui sem qualquer explicação da ciência.

A vida de cada um é um mistério, um labirinto pleno de desafios, mas se formos corajosos e  atentos aos ditames da intuição... tudo valerá a pena!

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Resolvendo minhas unhas, sem gastar muito: unhas postiças

Há mais de 10 anos minhas unhas não são bonitas, apesar de todos os cuidados e receitinhas para fortalecê-las.
Quando se tem algo que não funciona, chama a atenção para os outros e eu notei que em Chicago a mulherada, independente da classe social ou cor, tinha unhas lindas e bem cuidadas. Antes de viajar fui na manicure e as minhas estavam bonitinhas, mas logo voltaram a ser fraquinhas e quebradiças.
Já usei unha postiça de manicure só nas quebradas e elas se recuperavam, já usei a caríssima unha de gel de manicure que detonou minhas unhas, e uso fortalecedores de todas as marcas, sem resultado.
Já fui a não sei quantas dermatologistas, sem sucesso.

Apesar de não gastar com manicure toda a semana, não tenho paciência para estes rituais que enfraquecem ainda mais minhas  unhas.

Durante um mês me diverti olhando as unhas das americanas, sempre impecáveis, sem lascas ou restos de esmaltes. Descobri que eram postiças e duas semanas depois comprei as minhas, mas não tive coragem de aplicá-las.
Hoje experimentei e ficaram lindas. Já são coloridas, uma caixa com 48 unhas e podem ser deste tamanho ou mais curtas. A caixa sai mais ou menos uma ida a manicure e já vem com cola e adesivos.
Eu que não uso esmalte vermelho, porque depois minhas unhas ficam ressecadas da tinta, adorei.
Rápida e indolor a aplicação. Só me arrependo de não ter trazido outras cores, porque nos EUA são baratíssimas!

Já passei apuros em viagens por causa das unhas quebradas e mal cuidadas. Agora, finalmente, achei a solução.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Missão cumprida!

Esta semana passou voando,  mas dei conta do recado de um modo satisfatório.
Renovei o seguro do carro, fiz o relatório sobre a viagem, estudei, conversei com amigos, fiz comidinhas especiais e com ingredientes super saudáveis, dei satisfação pra porteiro e agora há pouco terminei de ler o livro que recebi em empréstimo da Marlena de Blasi. Ah, e voltei a pesar 57 kg!
Ontem comprei um tapete egípcio lindo (diz que) para o hall de entrada do apartamento, mas é melhor tirar as franjas.
Fiz de tudo um pouco, e como é bom dar conta das incumbências.
Para me despedir de Marlena (não sei se terão novos livros) quero registrar um excerto entre tantos que me emocionaram:
"A alegria - como a beleza, como o amor, como uma flor - é composta em parte pelo terror, transformando-se, morrendo ao mesmo tempo que desabrocha".
pp 248-249
Algumas missões da semana me aterrorizaram e eu sofri para terminar. Apesar da dificuldade, da exposição à crítica, o bem que faz quando se termina as tarefas é como desabrochar para a vida mais uma vez, livre e solta.
Sentirei saudades de Marlena e de suas histórias.
Para reduzir, catei na pilha imensa, um livro em italiano para a próxima leitura: "Fai bei sogni", de Massimo Gramellini.  Este livro foi lançado este ano, em março, quando eu estava saindo da Itália para Portugal e nos primeiros 20 dias, teve editada 7 edições com 385.000 cópias vendidas. Não faço ideia hoje quantas cópias já vendeu. Só sei que provavelmente vou me emocionar muito com esta leitura.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Eterna aluna e aprendiz

E o semestre recomeçou com boas perspectivas.
Apesar de ter me alimentado muito bem nos EUA voltei com o mesmo peso que viajei (58kg) e aqui já estou conseguindo reduzir alguns gramas.
Minhas turmas de inglês e italiano são ótimas, seja pela qualidade dos professores, seja pelos alunos, pelo menos do ponto de vista das duas primeiras aulas.
A semana começou cheia de coisinhas chatas para resolver e ontem e hoje muitos nós desataram como em passes de mágica.
No final de semana fiz um curso sobre alimentação crua e viva. Não sou fanática, não pertenço a nenhuma tribo radical - ou 100% carnívora, ou 100% vegetariana -, mas gosto muito de aprender sobre os benefícios da alimentação e como ser mais saudável.
É que acredito que alimento, antes de matar a fome, é remédio, então não é qualquer porcaria que eu enfio goela abaixo.
Comer o que a natureza oferece, na estação correta, ingerir o que está maduro, é a sabedoria do homem do campo que nós não podemos esquecer.
Ontem fiz meu primeiro leite de amêndoas desde que voltei pra casa. Nos EUA se encontra no supermercado e é barato, mas o feitinho em casa (que dá um trabalho danado!!!!) não tem preço. Fiz do jeito novo que aprendi no final de semana, descascando as amêndoas, uma a uma, e apesar da trabalheira que dá, o leite rendeu mais e a polpa também.
Tava com saudade de meter a mão na massa. Literalmente!


sábado, 18 de agosto de 2012

Forasteira, aqui e acolá!

Levei para a viagem um livro - Cozinha Confidencial - de Anthony Bourdain. Foi e voltou sem terminar a leitura. Li apenas umas 4 páginas. O livro é maravilhoso, mas como fui para os EUA para estudar e viver em imersão por um mês na cultura local, estive bastante ocupada com outros livros, as pessoas e os lugares.

De volta pra casa, colocando a vida em ordem, lembrei que poucos dias antes da viagem, recebi em empréstimo o último livro de Marlena de Blasi - "A doce vida na Úmbria". Comecei ontem à noite a leitura e não consigo parar de ler.
Adoro os livros desta americana que vive na Itália com seu marido italiano. É o quarto livro que leio e a coragem dela ainda me emociona. Existem pessoas que são admiráveis, e Marlena sem  dúvida é uma delas. Provavelmente terminarei de ler este livro no máximo em uma semana e assim poderei devolvê-lo logo. Não gosto de "prender" o que não me pertence.

Um trecho do livro me fez lembrar das minhas próprias emoções em Chicago, onde estive totalmente solitária, sem me abater, decidindo a cada dia um caminho novo e surpreendente, independente dos transtornos e obstáculos que se apresentavam.

Eis Marlena, p.75 falando também por mim (sem saber):

"...a sensação de ser forasteira, mesmo naquela ocasião, não me era desconhecida. Quando criança vivi em uma sociedade fechada, portanto há muito tempo tive que aprender a superar as dores que ela causa. Na juventude, o instinto me ofereceu dois caminhos. Podia ser doce e submissa e, ocasionalmente ser incluída, pagando o preço de trair a mim mesma. Ou podia dizer o que sentia, o que pensava e arriscar uma vida de eremita. Na maioria das vezes escolhi este último caminho. O que nunca fiz foi vagar pela vida choramingando em busca de aprovação e confirmação. O que com certeza nunca fiz foi sair por aí bajulando os outros para receber amor. Assim, tendo sido uma forasteira em outras ocasiões e em outros lugares (...) Decidi ficar encantada. Pois se eu mesma não estivesse encantada, que encantos teria para oferecer? A própria completude é a única forma pela qual um corpo pode aspirar e ajudar a sustentar a alegria de outro. De qualquer outro. (...) Da minha adaptação, eu cuidaria sozinha. Muitos de meus prazeres seriam solitários. (...) Quando saía para conhecer minha nova cidade eu podia ser tagarela, inocente, desajeitada, com lábios vermelhos demais, com voz baixa demais, maus modos, linguagem acidentada - tudo era meu. Eu podia decidir. 
Achei que uma das melhores coisas em morar em outro país era a oportunidade de ter 10 anos de novo. Ou pela primeira vez. Tudo era novo, não experimentado. Aprender a falar, pensar e sonhar em outra língua. Ver como as pessoas tomam o chá, partem o pão, se relacionam. Não apenas uma passagem, uma perambulação entre os nativos, mas me estabelecer entre eles. Sabia que me sentir em casa no mundo era um modo de enriquecer. De enriquecer do jeito que eu queria."

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Melhor prevenir do que remediar



Já voltei para o Brasil.
A agenda aos poucos vai adotando novas rotinas e responsabilidades.
Aproveitei muito minha viagem para os EUA, para Chicago e considero uma das melhores viagens da minha vida e não são poucas no currículo!
Ainda assim, problemas surgem, e quem sai do conforto da rotina sabe que os desafios existem e devem ser enfrentados. É a pimenta, o tempero da viagem, da mudança, ou seja lá o nome que tenha sair da mesmice.
O guia de passeios da Publifolha li inteirinho antes de viajar e li várias vezes enquanto estava lá.
Vale a pena ter um bom guia e este foi indispensável, perfeito.
Não saí de Chicago por um mês, mas também não consegui ir a todos os lugares e festas que queria. Chicago é enorme, é movimentada, é cheia de programação. Uma cidade intensa, viva, pulsante onde fui muito feliz (mas também onde vivi sérias angústias) e para onde certamente voltarei na próxima ida aos EUA, ao menos uns 3 dias. Ela merece! Eu mereço.

Esta foi a primeira viagem que fiz sozinha, do início ao fim.
Experimentei a liberdade, o medo, o poder das escolhas e a responsabilidade pelas consequências de meus atos. Em cada segundo deste mês experimentei, provei e testei ritmos e sabores. Me perdi e me achei. Fui intensa, outras vezes branda, mas jamais indiferente.
Reconheci em mim características que acreditava perdidas e pude por em prática ensinamentos que a vida tem me oferecido.
Acordava sem despertador e à noite apagava como uma vela que acaba no tempo.
Vai ser difícil esquecer o quanto posso estar presente e viva em cada momento.
Melhor não esquecer.